A Seleção Nacional de Futebol da Guiné-Bissau, conhecida como Os Djurtus, está em alerta vermelho não apenas para o jogo de hoje frente ao Burkina-Faso, mas também devido a uma crise interna que ameaça afectar o desempenho da equipa. Através de uma carta enviada ao Presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB), Caito Teixeira, os jogadores exigiram o cumprimento dos seus direitos e ameaçaram tomar medidas severas caso as suas reivindicações não sejam atendidas num prazo de 12 horas.
Reivindicações dos Jogadores
Na missiva, os jogadores expressaram o seu profundo desagrado com a gestão da FFGB, destacando problemas como:
- Pagamento de Prémios Atrasados: Os atletas reclamam o pagamento de valores pendentes, que consideram essenciais para a sua motivação e compromisso com a seleção.
- Preparação das Viagens: Exigem que a federação organize imediatamente os voos de regresso após o jogo contra o Burkina-Faso, para que possam retornar aos seus clubes sem atrasos.
- Melhoria das Condições de Estágio: Os jogadores pedem melhorias nas condições de alojamento, alimentação e infraestruturas durante os estágios da seleção.
- Comunicação Eficiente: Criticam a falta de transparência e diálogo por parte dos dirigentes, exigindo uma comunicação mais clara e eficaz.
Os atletas também questionaram a falta de rotatividade nos cargos de liderança da federação, argumentando que, enquanto os jogadores são constantemente renovados, os dirigentes mantêm-se nos seus cargos sem prestação de contas.
Determinação em Representar o País
Apesar das críticas, os jogadores afirmaram estar determinados a representar a Guiné-Bissau com garra e orgulho. No entanto, sublinharam que precisam de apoio e de uma gestão competente para elevar a seleção nacional ao nível que o país merece.
“Estamos aqui para defender as cores da nossa nação, mas precisamos de líderes focados e determinados a apoiar-nos”, destacou um trecho da carta.
Divulgação nas Redes Sociais
Na noite de domingo (23.03.2025), os jogadores, tanto os que estão em estágio como os que não foram convocados, utilizaram as suas redes sociais para divulgar a carta enviada ao Presidente da FFGB. A acção visou chamar a atenção pública para as suas reivindicações e pressionar a federação a tomar medidas rápidas.
A carta termina com um apelo contundente: “Isto tem que acabar! Estamos a tomar esta posição delicada, mas necessária, não só por nós, mas também pela geração futura.”
Impacto no Jogo Contra o Burkina-Faso
A crise interna ocorre num momento crucial para a seleção, que enfrenta o Burkina-Faso nesta segunda-feira (24.03.2025) pelas eliminatórias para o Mundial de 2026. A tensão entre os jogadores e a federação pode afectar o desempenho da equipa, colocando em risco as hipóteses de classificação.
Os comandados do seleccionador Luís Boa Morte precisam de foco e união para superar um adversário forte e garantir pontos importantes na corrida pelo Mundial.
Reacções e Próximos Passos
Até ao momento, a FFGB ainda não se pronunciou oficialmente sobre as reivindicações dos jogadores. No entanto, a pressão pública e a ameaça de medidas severas podem forçar a federação a agir rapidamente para resolver a situação.
A comunidade desportiva guineense e os fãs de futebol aguardam ansiosamente por uma resposta da FFGB, esperando que a crise seja resolvida sem prejudicar o desempenho da seleção.
Conclusão
A carta dos jogadores da seleção nacional de futebol da Guiné-Bissau é um alerta vermelho não só para a FFGB, mas também para todos os que acompanham o desporto no país. As reivindicações dos atletas reflectem problemas estruturais que precisam de ser resolvidos para garantir o crescimento e a competitividade da seleção nacional.
Enquanto aguardamos uma resposta da federação, é essencial que todas as partes envolvidas trabalhem juntas para superar esta crise e garantir que Os Djurtus possam continuar a representar a Guiné-Bissau com orgulho e determinação.