Funcionários da EAGB Ameaçam Greve Geral em Abril por Melhores Condições de Trabalho

Serviços de água e eletricidade podem ser suspensos em Bissau de 1 a 7 de abril se demandas não forem atendidas

O Sindicato de Base da Empresa de Eletricidade e Água da Guiné-Bissau (EAGB) anunciou nesta quinta-feira (27.03) uma paralisação total dos serviços essenciais na capital e arredores entre 1 e 7 de abril. A medida radical surge após meses de negociações infrutíferas com a direção da empresa sobre condições laborais e salariais.

Principais Reivindicações

Em entrevista à Rádio Sol Mansi, Ericson Cá, vice-presidente do sindicato, detalhou as exigências:

✔ Pagamento imediato de salários e benefícios atrasados
✔ Fornecimento urgente de equipamentos de proteção individual (EPIs)
✔ Revisão salarial para corrigir disparidades históricas
✔ Melhoria das condições de trabalho para técnicos de campo

“Nossos colegas arriscam a vida diariamente sem EPIs ao manusear redes elétricas. Já houve acidentes graves por esta negligência”, denunciou Cá.

Impacto Potencial da Greve

Caso confirmada, a paralisação afetará:
▸ Toda a área metropolitana de Bissau
▸ Cerca de 500.000 habitantes dependentes dos serviços
▸ Comércios, escolas e repartições públicas

Apenas hospitais e centros de saúde receberão serviço mínimo por razões humanitárias.

Cronologia do Conflito

  • 2023: Primeiro caderno reivindicativo entregue
  • Janeiro/2024: Negociações interrompidas sem avanços
  • Março/2024: Pré-aviso de greve formalizado
  • 27.03: Ultimato público com data marcada

Riscos Operacionais Denunciados

O sindicato apresentou provas de:
◉ Falta de luvas isolantes para eletricistas
◉ Botas e capacetes inadequados
◉ Ferramentas obsoletas em estações de tratamento

“Como exigir segurança energética quando não garantimos segurança aos trabalhadores?”, questionou Cá.

Posição da Direção da EAGB

Até o fechamento desta edição, a administração da empresa:

  • Não se pronunciou sobre o ultimato
  • Manteve reuniões internas de emergência
  • Fontes não oficiais alegam restrições orçamentárias

Contexto Setorial

A EAGB enfrenta desafios estruturais:
▸ Déficit operacional crônico
▸ Perdas técnicas de 45% na distribuição (dados 2023)
▸ Sobretaxas pelo uso de geradores privados

Consequências para a População

Especialistas alertam para:

  1. Colapso no abastecimento de água potável
  2. Aumento de doenças por falta de saneamento
  3. Prejuízos econômicos a pequenos negócios

Solução Proposta pelo Sindicato

A organização sugere:

  • Mesa de diálogo com mediação do Ministério do Trabalho
  • Plano em etapas para atender demandas
  • Auditoria internacional nas finanças da EAGB

“Queremos negociar, mas não aceitamos mais promessas vazias”, enfatizou o líder sindical.

O Que Esperar?

Analistas projetam três cenários:

  1. Acordo de última hora (probabilidade: 30%)
  2. Greve parcial com rodízios (probabilidade: 50%)
  3. Paralisação total com crise humanitária (probabilidade: 20%)

Dados Críticos:
◉ 72 horas: Prazo para resposta da EAGB
◉ 5 anos: Último aumento salarial na empresa
◉ 23 acidentes laborais registrados em 2023

Por Que Esta Greve Importa?
Além do caos imediato, a crise expõe:
✅ Falhas na gestão de recursos públicos
✅ Necessidade de reforma no setor energético
✅ Urgência em proteger trabalhadores essenciais

Com o relógio correndo, a bola está agora com o governo e a direção da EAGB para evitar um apagão generalizado que afetaria milhões de vidas.

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